Finalmente alguém me percebe!!!
Durante a leitura do "Hitch Hiker's Guide to the Galaxy" percebi que afinal há quem tenha a mesma fobia do óbvio:"One of the things Ford Prefect had always found hardest to understand about humans was their habit of continually stating and repeating the very very obvious, as in "It's a nice day", or "You're very tall", or "Oh dear you seem to have fallen down a thirty-foot well, are you all right?"."
4 Noitibós:
constatar o óbvio pode ser visto como uma forma de nos fazer entrar no mundo do nosso interlocutor. É uma afirmação básica que diz: "Eu compreendo-te, eu sinto o teu problema"
Partindo do princípio que o interlocutor quer que alguém entre nesse mundo. Além de que constatar o óbvio não o faz mudar e a discussão gerada (lembro-me das eternas conversas sobre meteorologia) apenas consome tempo (podendo no entanto argumentar-se sobre a importância das pequenas conversas numa relação entre duas pessoas).
O livro (não passou a ser a minha referência de comportamento mas tem bastante piada) avança com duas teorias: se as pessoas não falarem correm o risco de ficarem com os lábios colados um ao outro (versão 1), se as pessoas não falarem correm o risco de que os seus cérebros comecem a trabalhar (versão 2 que substitui a anterior).
Concordo que na maior parte das vezes, estar calado é a melhor opção.
Ainda assim, no meu exercício de retórica, parti de 2 pressupostos:
i)a melhor maneira de ganhar um argumento é não argumentar;
ii)todos queremos ser ouvidos/percebidos, pois esta é uma forma de nos sentirmos importantes
Depois de lhe arder a casa, tragédia que roubou a a vida à sua esposa e aos seus dois filhos menores, diga-me, como se sente? Olhe, o que é preciso é saudinha...
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